Ponte 516 e Passadiços do Paiva
Somos contra os atentados à natureza porém, não resistimos a uma boa aventura e a experiências que nos dão satisfação. Temos também a tentação de apreciar grandes obras de engenharia e com estes elementos juntos fizemos a travessia da Ponte 516.
A Câmara de Arouca desafiou o mundo. Construiu a maior ponte pedonal suspensa.
Sobre o Rio Paiva com um vão de 516 metros, altura de rio aproximadamente 175 metros, largura de 1,20 metro com guarda lateral e tabuleiro em gradil metálico.
Faz a ligação das margens do Rio Paiva junto à cascata da Aguieira e da Garganta do Paiva, geossítios do território Unesco Arouca Geopark. Unindo estes pontos faz as delícias aos nossos sentidos com a envolvência de paisagens intrigantes de beleza rara e natural.
Atravessar a Ponte 516 provou-nos que apesar da sua imponência há que desfrutar duma obra de engenharia magnificente e acima de tudo libertar preconceitos que nos intimidem a desfrutar duma aventura especial.
Fazer umas paragens ao longo do percurso, desfrutar das paisagens e da adrenalina de parecer que estamos a flutuar a uma altitude considerável é de uma sensação incrível.
Quanto aos Passadiços, naturalmente que preferíamos fazer o percurso sem pisar a madeira que na nossa opinião não seria tão cansativo e teríamos um contato mais natural, mas para quem não está habituado a terrenos acidentado, de facto os passadiços são uma boa opção.
Apesar de tudo deixámo-nos envolver com a natureza envolta, é magistral toda aquela natureza, tão farta, tão rica de elementos naturais, fauna e flora. A junção de aromas de todas as espécies ali existentes oxigenam-nos de pureza, a riqueza que os nossos olhos absorvem e retêm faz magia dentro de nós.
Objetivo: Ponte 516 e Passadiços do Paiva
Tempo: preferência dia completo mas pode-se optar por manhã ou tarde, o mínimo são cerca de 2H30.
Distância: 1 km de ponte (ir e voltar) e 8,7 Kms de Passadiços – Linear
Dificuldade: Fácil
Tickets: Tirando ticket para a ponte este dá acesso aos Passadiços, querendo fazer só Passadiços tem de se tirar ticket.
Atenção: É necessário fazer reserva prévia e de acordo com os horários disponíveis, os preços estão definidos no site.
Sites Oficiais:
Só Passadiços: Passadiços do Paiva
Só ponte ou Ponte com Passadiços: Ponte516arouca
Se pretender fazer apenas a ponte a melhor opção para evitar esforço físico no acesso é iniciar no pórtico de Alvarenga, há um estacionamento em Albisqueiros a 1.000 metros da Ponte, percurso está sinalizado.
No caso de incluir os Passadiços, a entrada por Areinho é a que está mais próximo da Ponte a cerca de 1,2 Km no entanto também se pode entrar por Espiunca mas uma vez que o maior esforço físico é feito no final o melhor será fazer a entrada por Areinho e a subida de 500 degraus fica logo superada.
Partimos da Covilhã, são cerca de 200 Kms, leva à volta de 2h 30m., A23 até à Guarda, entramos na A25 direção Viseu, saímos na saída 17 IP3/A24 direção a Vila Real, alguns kms depois saída 123 da A24 direção Castro Daire Norte / Cinfães, seguir para a esquerda em direção a Castro Daire e de seguida cortar à direita para Ponte da Panchorra / Montemuro (Porto / Cinfães) seguir sempre pela nacional 321 e ao chegar a Meridãos cortar à esquerda direção ao parque de merendas S. Pedro do Campo / Alvarenga, ao chegar ao parque de S. Pedro sítio bem no cimo da montanha quem puder aproveite e não deixe de visitar a capela de S. Pedro, volta uns metros atrás e segue em direção a Alvarenga pela CM1227 passando por Noninha e Bustelo, depois de percorrer toda a descida da CM1227, cortamos à esquerda e seguimos pela N225 até Alvarenga.
Em Alvarenga seguir pela R326-1 direção à praia fluvial do Areinho, antes de chegar ao cruzamento para a praia fluvial passamos pela ponte da Garganta do Paiva e logo a seguir o cruzamento à esquerda para a praia fluvial.
Estacionamos no parque da praia fluvial onde existe um bar que serve de apoio, no nosso caso como tínhamos marcação na ponte 516 para a primeira hora da manhã, iniciamos de imediato o percurso através dum estradão que nos leva até ao passadiço. Após o 1º km demos início à grande subida… 500 degraus sempre a subir, o conselho é… subir devagar e ir desfrutando da paisagem envolvente.
No topo desta subida encontra-se o pórtico onde somos recebidos por um guia, no nosso caso era o Tiago, duma simpatia ímpar.
Como há horas marcadas (intervalos de 1H30) formamos grupo que o guia nos encaminha até à Ponte e onde nos dá informações dos ecossistemas bem como outras particularidades. Damos inicio à passagem e havendo grupo na entrada de Alvarenga este segue também o que vai fazer que haja cruzamento de grupo ao meio da Ponte, ainda assim não tem qualquer perigo e da parte do guia não faz qualquer pressão, cada um segue ao seu ritmo, sente, capta, admira da forma que mais lhe convém.
Os pontos fortes da travessia, para além da emoção duma aventura única no nosso país devido à elevada altura em que nos encontramos são de forma particular o Paiva por baixo dos nossos pés e a cascata das Aguieiras duma beleza ímpar que nos faz disparar olhares apaixonantes. Num conjunto de elementos torna-se difícil de separar a emoção de atravessar a Ponte com todo o resto à volta.
Após a travessia (fazemos nos dois sentidos) damos início aos Passadiços fazendo uma descida pela garganta do Paiva.
Há uma simbiose perfeita ente o Rio e a natureza à volta, tudo é selvagem, o rio serpenteia pelas rochas e formação dos montes e à medida que vamos fazendo a descida percebemos a grande riqueza em que estamos inseridos, flora selvagem onde observamos uma grande variedade de espécies, os sons são um encanto à audição, o chilrear dos pássaros é belíssimo, o som das águas do Paiva é encantador com a particularidade de apanharmos alguns rápidos de águas bravas nas suas descidas abruptas como o caso do Salto da Gola.
Ao longo do percurso, o Paiva é constante podendo usufruir de alguns pontos interessantes para refrescar nos dias mais quentes, o seu ponto alto é a praia do Vau. Nesta zona há um espaço de bar e ainda a possibilidade de continuar em modo Rafting ainda assim convém fazer marcação prévia, há empresas na zona que exploram este tipo de modalidades desportivas e com diversas opções.
A seguir à Praia do Vau encontramos uma ponte suspensa que liga à outra margem do rio e que é fantástico fazer-lhe a travessia, aqui é um bom ponto de paragem para também descansar.
Na chegada a Espiunca há uma praia fluvial dotada de bar que serve refeições e como o percurso é linear, para o caso de não se fazer o regresso pelos passadiços há sempre forma de fazer transfer para o ponto de partida através de serviço de táxi que cobram entre 15 a 18 Eur dependendo do dia da semana.
Se esta aventura termina no fim da manhã e para os apreciadores de uma refeição de carne, sem dúvida que não se pode despedir sem experimentar a carne Arouquesa servida em quase todos os restaurantes da zona. As opções são várias, em Alvarenga, em Canelas são alguns dos exemplos.
Dicas:
- Os passadiços ao longo do seu percurso total são seguros, limpos e estão munidos de telefones SOS.
- O melhor horário do dia é começar pela manhã e o mais cedo possível, o primeiro disponível para a Ponte é às 8H30. Além de evitar aglomeração é mais fresco principalmente nos dias quentes.
- Convém levar água e alguns alimentos ligeiros, a não ser que a ideia seja passar o dia numa praia ou num recanto do rio.
- O ideal é levar roupas leves e confortáveis de acordo com a estação do ano, sobre o calçado não convém que seja muto rígido visto que se anda só sobre madeira.
- Não são permitidos animais de estimação, tão pouco fumar.
- Tanto na ponte como nos passadiços, o melhor que se pode trazer são as sensações vividas, a energia que absorvemos em contato com a natureza e o prazer das experiências, há que desfrutar de forma descontraída e feliz.
Se precisar de nós para ajudar em alguma coisa ou acompanhar, estamos à disposição, é para nós um prazer fazer parte destas experiências.
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