EN2 - Etapa 6 - Torrão a Faro
EN2 – 6º Dia – Torrão – Ferreira do Alentejo – Aljustrel – Castro Verde – Almodôvar – São Brás de Alportel - Faro
Dando seguimento à nossa aventura e chegando ao sexto e último dia ...
Deixámos o parque Markádia, passamos pelo lugar que abraça o Rio Xarrama em Torrão, EN2 passa no meio da aldeia e nota-se algum movimento turístico, passeámos pelas ruas, conversámos com residentes, sempre amáveis, conquistam-nos de uma forma que nos faz esquecer do nosso objectivo por algum tempo, ainda assim visitámos a Anta no Monte da Tumba, Igreja Matriz e Misericórdia, convento de São Francisco, Palácio dos Viscondes e a fantástica Ermida Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Tínhamos de seguir viagem e fomos até Ferreira do Alentejo onde parámos junto à mítica Capela cilíndrica de Santa Maria Madalena ou Capela do Cálvario, a Igreja matriz e de Nossa Senhora da Conceição, Solar dos Viscondes.
Passeámos um pouco pelas ruas, admirámos a arquitectura e a vida pacata longe das grandes algazarras e vida urbana, respirámos o tipo de vida que se lá vive e seguimos até Aljustrel, tão bem, tão reconfortados.
Percorrer as estradas do Alentejo, mais parece que avançamos sobre um tapete que se vai desenrolando, não vai para mais lado nenhum senão em frente e nos fazer esquecer totalmente as curvas e contracurvas encontradas mais a norte.
Estas retas abrandam-nos o passo, pedem para passarmos devagar e sentir a tranquilidade, a paz, a segurança, a admiração das planícies, das árvores como a azinheira, o sobreiro de copa despida de cortiça, os animais no pasto, as cores suaves com que é pintada a paisagem, dá-nos uma serenidade única que não queremos que acabe.
Mas enquanto houver estrada para andar, continuamos, o Jorge Palma foi-nos dizendo….
Dali para Aljustrel, subimos ao santuário da Ermida de Santa Maria do Castelo e perdemo-nos na imensidão da paisagem, atrevemo-nos a dizer que terá das vistas mais encantadoras do Alentejo que até ali atravessávamos, visitámos a Praça de touros, o Bairro mineiro Vale D’Oca, seguindo para Castro Verde, aproveitámos para descansar e tomar uma refeição rápida que sem demoras estava mesmo à mão no restaurante “O Bombeiro” T. 286 327168 no próprio edifício dos Bombeiros Voluntários.
Estava uma tarde amena e passeámos por Castro Verde que foi aproveitada para visitar alguns pontos de interesse como a fantástica Basílica Real ou igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição muito apreciada pelas paredes interiores forradas com riquíssimos painéis de azulejos do Séc. XVIII retratando a batalha de Ourique. Merece destaque o único em todo o mundo, Museu das Lucernas, as candeias de azeite usadas pelos romanos.
Rumo a Almodôvar.
A caminho íamos sentindo que seria a nossa última paragem pelo encantador Alentejo, apetecia ficar por lá mas sempre que tínhamos este sentimento, lembrávamo-nos do nosso foco, a EN2, sabíamos que tínhamos de resistir e continuar, esta era uma das razões porque que não tínhamos hora ou lugar para parar e obedecer a regras, onde estávamos bem passávamos mais tempo e esta região pedia para ficarmos.
Almodôvar, mais um lugar que cativa, demos um passeio pelas ruas principais, visitámos o Convento de Nossa Senhora da Conceição, a igreja Matriz, a ponte medieval sobre a ribeira de Cobres e a vila tem ainda um interessante Museu da escrita do Sudoeste.
Tínhamos de partir e na saída da vila encontramos o km 666, lembrávamo-nos que a partir dali seria a etapa final mas o entusiasmo dominou-nos percebendo que estávamos perto de atravessar a majestosa Serra do Caldeirão voltando às curvas e contracurvas, com descidas, subidas, miradouros e muita vegetação característica da região, deixávamos o apaixonante Alentejo e passaríamos ao Algarve mesmo ali tão perto e com uma diversidade de paisagem tão acentuada.
Este percurso entre Almodôvar e São Brás de Alportel foi, em 2003, classificado como Estrada Património devido ao riquíssimo património que a envolve, fazendo parte da primeira edição em livro das estradas património em Portugal, lançado pelas Infra-estruturas de Portugal, passando por lá compreende-se a riqueza de que é constituída.
Apesar de algumas paragens pela serra, absorvendo a sua magnitude, decidimos investir mais tempo por aquelas encostas do que propriamente na zona urbana de são Brás de Alportel, ainda assim, sabíamos do rico património histórico.
Antes de entrarmos em São Brás seria imperdível subir ao miradouro do Alto da Arroteia, sabendo que o mar está mesmo ali a um saltinho, estávamos quase ao fundo de Portugal.
Portugal, que alguns dias atrás tínhamos iniciado no seu lado oposto e que tanto nos tinha oferecido, um carrossel de emoções em lugares, em história, em património de uma riqueza incalculável e que não seria em menos na região onde tínhamos acabado de chegar.
São Brás de Alportel merece destaque pelo Palácio Episcopal, Igreja Matriz, o amplo Paços do Concelho e uma boa espreitadela pelo Museu do traje do Algarve.
Teríamos de continuar, estávamos tão perto do fim e os últimos kms começavam a pesar-nos pela ideia do fim, tínhamos abraçado a EN2 como nossa, criámos uma intimidade que começava a doer de pensar em deixá-la de tanto que tínhamos recebido, de tanto que nos ensinou, de tanto nos enriqueceu.
Nesta fase do fim esperado, o sentimento é de ausência, não queremos deixá-la, abrandámos o ritmo, vamos devagar para durar mais um pouco.
Chegámos ao fim! Km 738
Faro. Uma das maiores cidades por onde tínhamos andado desde o começo, muito património para visitar, não o fizemos, entrou na agenda, aproveitámos para relaxar ao pôr-do-sol…
Demos lugar ao descanso não antes sem passear pela cidade e desfrutar dum maravilhoso jantar, dia seguinte fomos molhar os pés ao mar e terminámos a aventura com uma belissíma Bola de Berlin na praia, ai, que bem que nos soube.....
Até breve para mais umas aventuras que tanto gostamos, ficamos ao dispor para qualquer informação extra, mandem-nos mail: discoveryemotions@gmail.com
Obs: Esta atividade, percorrer a EN2 foi feita em 6 dias em Junho 2020