EN2 - Etapa 5 - Montargil a Viana do Alentejo
EN2/5º Dia: Montargil – Mora – Montemor-O-Novo – Santiago do Escoural – Alcáçovas – Torrão – Viana do Alentejo -
Ao quinto dia temos a impressão que desfrutámos pouco, pensamos em tudo o que deixámos para trás por ver, por descobrir e que a lista da agenda já vai grande, ainda estamos a um pouco menos de metade do percurso, pudera, Portugal tem tanto para ver, experimentar e sentir.
Levantámos em Montargil, seguimos estrada, verdade que nesta etapa já nos começamos a ambientar às retas alentejanas apelando-nos à aventura, à liberdade, deixando para trás as constantes curvas que denunciavam as encostas mais a norte, a cor verde ainda se vê mas não em grandeza que passa a outras cores mais amenas.
Seguimos para Mora, gostaríamos de ter visto o Fluviário, porém entrou em agenda e aproveitamos para conhecer a cidade, demos uma espreitadela pelo miradouro e pomo-nos à estrada para Montemor-O-Novo.
A caminho esperávamos encontrar o Km 500, apesar de ser um marco como outro qualquer é impossível não ser considerado de emblemático e de facto estava revestido de uma forma especial, localiza-se na saída da pacata aldeia de Ciborro, sem dúvida uma paragem obrigatória.
Chegámos a Montemor-O-Novo, subimos ao castelo onde conseguimos umas vistas deslumbrantes sobre a vila, mas Montemor tem muito mais que as ruinas fantásticas do Castelo, além de que daqui se avista uma paisagem maravilhosa sobre a vila de Montemor. Tem ainda as torres da má hora e do relógio, o Paço dos Alcaides, o convento de Nossa Senhora da Saudação, as igrejas de São João Batista, Santa Maria do Bispo e São Tiago.
Dentro da cidade há ainda a Praça da Republica (tem um coreto), o Largo dos Paços do Concelho, Igreja matriz e da Misericórdia e ainda o Chafariz do Besugo.
Optámos por almoçar um pouco mais à frente, em Santiago do Escoural e que belo repasto desfrutámos, Migas com carne do Alguidar, recomendamos “O Cholinha” T. 266 857166, mesmo à beira da estrada.
Esta aldeia é de uma riqueza patrimonial inigualável, pela primeira vez em Portugal aqui se descobriram vestígios da arte rupestre paleolítica na Gruta do Escoural, conhecemos o centro interpretativo da gruta onde conversámos com a sábia Sónia e nos deu as indicações do que poderíamos visitar além de que nos deu informações preciosas sobre o aparecimento e contexto da gruta.
A gruta pode ser visitada sob marcação T.266 857000 e garantimos que a guia Sónia é munida de toda a informação disponível sobre o tema. A poucos Kms visitámos ainda Anta em forma de capela de Nossa Senhora do Livramento. Há um desvio que ainda pode ser feito até ao cromeleque dos Almendres que distância a cerca de meia hora daqui e que bem merece uma visita.
Seguimos para Alcáçovas que não nos arrependemos nada de ali passar umas horas, damos de caras com a imponência da igreja Matriz (numa lateral tem um relógio de sol).
Fomos diretos ao Paço dos Henriques onde acolhe a exposição permanente da arte chocalheira que inclui a informação do percurso da execução do chocalho português.
Imperdível a visita à casa e jardim das conchas, sob pedido no balcão do Paço dos Henriques (ao lado), todo o interior, tecto e paredes exteriores são forrados com a técnica do “embrechado” a conchas e pedrinhas, um admirável trabalho dos séc. XVII e XVIII, que nos leva a apreciar e a pensar como possível toda aquela minuciosidade de colocação pedras minúsculas e de 28 diferentes espécies de conchas de vários coloridos e esteticamente tão bem colocadas.
Saímos dali inquietos com a beleza arquitectónica daquele lugar e um pouco pensativos sobre o aparente pouco reconhecimento que lhe é dado a nível nacional.
Seguimos para Viana do Alentejo onde especámos perante o Santuário de Nossa Senhora D’Aires e o lindíssimo castelo de Viana do Alentejo que alberga no seu interior a igreja matriz, era fim do dia e à entrada dos cafés e tascas juntavam-se de garrafa em riste grupos de homens como que a comemorar o fim da jornada do dia.
Procurámos alojamento mas algo nos chamava a atenção para 0 camping Markádia www.markadia.net à beira da albufeira de Odivelas.
Por opção pessoal e desfrutar duma experiência diferente pernoitámos neste camping, adorámos e aconselhamos a quem reúna condições para acampar ou que tal como nós venha sempre preparado para estes casos.
Este camping apesar de vedado tem todas as condições mínimas, porém, é do estilo selvagem, ao ponto de às sete da manhã quando acordámos e demos uma volta pelo parque surgiam dezenas de coelhos aos saltitos por todo o lado, parecia que saíam dos buracos das formigas, impressionante a quantidade que havia junto das tendas e autocaravanas o que nos deixou enternecidos com aquele convívio de natureza no seu estado mais puro.
A estrada contínua, rumo à sexta etapa:
Torrão – Ferreira do Alentejo – Aljustrel – Castro Verde – Almodôvar – São Brás de Alportel - Faro
Até breve....